A profeta sou eu... É um alcunha já antiga, de outros tempos, menos felizes, e que parte de mim gostaria de esquecer. No entanto não o quero fazer, pois considero que somos o resultado de todas as nossas experiências, quer as boas, quer as más. São elas que nos moldam e nos fazem ser quem somos.
Comecei este blog, desafiada pelo meu companheiro, e com a promessa dele de que não viria cá bisbilhotar. Costumava escrever um diário e tinha sempre o último volume comigo, mas perdi-o num assalto, e não comecei outro por medo de tornar a perder parte da minha vida. É uma sensação tão estranha, saber que alguns dos segredos que confiámos ao nosso diário, poderão ter sido lidos por estranhos. Se calhar deitaram-no fora, e nem o abriram, mas nunca o saberei. Num acesso de raiva acabei por destruir os outros diários, peguei neles e queimei-os. Foram cerca de 10 anos da minha vida que tinha confiado àqueles diários.
Hoje tenho pena de os ter queimado. Não sei se os iria alguma vez ler, mas agora que sei que não posso, sinto-lhes a falta.
De modo que Ele desafiou-me a escrever um blog. Não é a mesma coisa que um diário, e nem sei bem o que irei cá escrever. Acho que irei aprendendo com o tempo. Quem por cá passar e ler isto... olhe tenha paciência com uma gaja que ainda anda à procura de si mesma...
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